quarta-feira, 30 de março de 2011

Tenor


Em dias de chuvada
Visto o meu orgulho
E com estas guerrilhas
Aumento o volume

Tira, dá, rouba e saqueia
Nestas paredes em escombros
Continuo com orgulho em areia
Aumento o volume

Mesmo sendo somente um.
Uma voz entre milhares
Altifalantes ao máximo.

Falsas Construções


Mascaras dissimuladas
Palcos gregos e
Falsidades ácidas

Parti o mar azul
Nunca tive tão
Forte fraco amar

Vou beber-te a sorte
Vou mudar os meus ladrilhos
Molestos sentidos

Perfida representação
Que perda de ilusão.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Envolvimento


Não quero ser o ultimo suspiro
Nem ter as mãos vazias
Quero é abraçar o tempo
Como quem para um relógio digital

Quero ser quem perde
Mas não quem sempre chora
Quero um dia ser o olhar
Numa noite de cristal

Levo o sol fiel
E eu, fico somente
Somente Só

À vez

Quando me puxam e forçam
Ponho as minhas linhas na linha
De todas as vezes que não percebo

Terei fibra para a vergonha
Já conto com a insegurança
Há aqui o reflexo do medo

Há coisas que perdi ao perder
Este duelo de dor de fés
Sempre que tentei ser

O que é feito do jazz e do soul
Pensava que percebias
Sobra a vergonha mais uma vez

E se a voz já não ecoa aqui
O que é feito de mim?






domingo, 20 de março de 2011

Alvitrar




Há somente uma batida, sinto-a!
Há somente um caminho, percorro-o!
Há somente um peso, molesto-o!

Há somente um medo, suporto-o!
Há somente um abraço, estimo-o
Há somente um amor, alvito-o


Há um fogo nesta lágrimas
Pairam cinzas dos terrores
E já nos resta somente esta noite

domingo, 13 de março de 2011

Livros

Bem vindos à mascarada
Onde o céu muda de cor
E o diabo se ri.

O desencanto é mistério
E a vida é selva
De grunhes constantes

Ásperos tempos!!
A mancha humana
É uma criança
Que brincava com a lua

Bem vindos à fabrica de escândalos
Onde o bater da hora
É amar como um prisioneiro

quarta-feira, 9 de março de 2011

Reinados

Cansei de ver aparições
Fatídicas de miragens
Como cobranças já consumidas

Reclamo que me tornes Príncipe
Ordeno que me tomes por Rei
Deixa-me anuir ao desejo

Ama-me
Deseja-me
Torna-me excepcionalmente exclusivo



Comboio


Como numa palete de cores
Sem brilho de queda
Há uma coloração opaca
Neste coração de tintas

Como um motorista d'alma
Que conduz d'aquem pr'além
Num abalo ríspido

Cansado desta plataforma
Onde a despedida é a vida desse lugar
Alias, a minha vida é desse mesmo lugar


terça-feira, 8 de março de 2011

Plástica

Caminho de erros
E chego sozinho
Atrasado pelo ontem

Há sonhos que não conheço
Mutilastes, agora já não é preciso
Desfigurei o monstro

Fraquezas são tão mais
De queimar o rosto
Esqueci, esqueci que já não sou dono de mim

quarta-feira, 2 de março de 2011

Pedras da Calçada

Nestes caminhos de histórias
Entre sombras,becos e ruelas
Onde já nem a saudade mói
Há portões de cor cansada

Aqui nesta rua perdida
Cansada deste banco verde
Por entre salteadores de casas
Sem nomes, sem vergonha

Gritem as pedras da calçada
Palavras quebradas ou sentidas
Gritem às pedras da calçada
Gritem!Gritem pedras da calçada!

Ouve e escuta as sombras
Ve o reflexo da imensidao











terça-feira, 1 de março de 2011

Arqueiro

És soldado perdido
Salvas o sem sentido
E mais de ti dás

Em caminhos longos
Erguer o exercito
Serei teu soldado

Dá sinal de guerra
Sentinelas nas muralhas
E com força termina
O soldado perdido