quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Inesperada

Será depois! O desejo terminou.
Sempre fui de difíceis emoções
E sempre desejei tentações

O mundo jurou parar
Mas aqui nunca terminou
O que estará sempre a mais

Acabo os dias como banais
Pedi e fumei mais um cigarro
Há sempre gentes a mais

Queimei as cartas de mesa
A frágil história definhou
E assim perco a minha certeza

Nunca pensei mas furtei
Nunca pedi mas sofri
Nunca senti e nunca me amei






terça-feira, 23 de agosto de 2011

Detonar

Continuo a conduzir o choro
Não há nada como o pranto
Na batalha de gelo errante

Quero um fogo que me apague
E um abraço que só me abrace
Quero algo que me amasse

Tenho mais noites que dias andantes
Sou soldado que já não corre
Arrojo o tempo e o de antena morre

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Adeuses


Estes flash's nunca deviam de durar
Agora que a minha figura grassa arde
Em algum momento o naufrago chega
O perdido nunca chega aos achados de facto

Quem agora irá casear?
De quem me vou esconder?
Farei disto um exercício ?

As pálidas cicatrizes desbancam afecto
De tão perdido tenho tanto a aprender
Que os dedos sempre queimados rasgam

Quem vais correr?
Onde me vou esconder?
Vou ficar melhor?

Existe em mim algo destinado a quebrar
Como um barragem quase sempre a estalar
Quero libertar-me mas não sei como me transformar

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Ferro-Velho


Sem amor, numa linha de rumo
O sonho bem devagar cai no ar
E o azul do céu esborrata o mar

Sem amor, fica tudo escrito
E já nem isto é quanto baste
Sem amor. Estranho contraste

Sem amor, horas paradas
As recordações são passadas
São restos de noites de desespero

Sem amor, desvio de alma
Já não há olhar inquieto em compasso
Iludo-me no entanto onde me quero perder

Sem amor, histórias passadas
Um dia serei contador de contos
Tauromaquia do meu viver


Gemedor
























Todos temos destas coisas estranhas
Cravamos biscates aqui nas entranhas
E fazemos disto a nossa demanda

Confundimos o definhar com o sonhar
Damos corpo, alma e sentimentos
E ficamos quérulos nestas juras de amor

Quem me dera saber, mas não sei
Porque esperamos até o dia esmorecer
Malmequer já ninguém me quer ímprobo

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Quase Imperfeito



















Há um lamento que em mim teima
E gritei um suspiro que me queima
E mesmo assim fiquei calado
Nos dias de mentira, por maldade

Se este bater é louco como dizem
E que os dias de verdade são desatino
O meu pecado é ainda acreditar

Nem o amor imortal, perdoa
Não se ama a razão, eu que menti
Vou escutar é o meu coração