domingo, 26 de junho de 2011

Saudade


Chamo por mim com saudade
Falo numa voz errante ao luar
E canto por mim numa saudade

Dormem em mim epopeias
Soluço anseios de receios
E peço por mim a saudade

Há em mim alguém antigo
Com vozes de saudades
Quando me sinto só


sábado, 18 de junho de 2011

Apego


Vou impregnar de aromas a vida
Infundir no ser a fomentação de risos
E comprazer-me a mim sem somenos

Frágil e ténue raia fútil
Como papagaio de papel
Num ar bem agitado de vaidade

Vou estremar selecção e opção
Selecciono egolatria desmedida
Opto pelo culto subjectivo da afeição






quinta-feira, 16 de junho de 2011

Inercia


Mais uma vez vou-me dar a escolher
Mais uma vez vou ficar comigo
Mais uma vez vou quebrar a magia

A vila lá longe acolhe mil fés
A cidade ali despeja os fieis
Aqui acolho neste meu mundo
E chamo por todos e pelos santos

Aguas proibidas de serem perdidas
Fumos de um amor claro e preso
Tintas criadas numa oitava cor parada






segunda-feira, 6 de junho de 2011

WC






















Em modo agitado e espirituoso
Regado com luzes barulhentas
Assumo comando activo

As articulações insinuam-se
Cego não quis ver, neguei-me!
As palavras saem como jogos
E devaneios tornam realidade

Dou por mim em plena guerra
Linha da frente, arma na mão
E assim comento pecado, aqui
Libertando pudores comuns

Existem expressões que marcam
Existem momentos que iniciam
E eu? Marquei ou iniciei?
Será somente mais um tiro, cego.

sábado, 4 de junho de 2011

Estreiteza

Amordaça este meu desespero
Aniquila esta angustia opressora
Até as estrelas incorrem como vitimas

Há aqui mil alarmes que aquecem a voz
De mil cidades que nunca descansam
Mais um vez, vem a manhã sozinha

Adormece em mim este brilho de Junho
De prosas e rosas em trilhos de tribos
Não há quem me abrace, já nem textos.