quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Poesia


Quero ter na voz mil poetas

Palavras como flechas

Como mortes certas

Ninguem entende os poetas


Trinco e trituro as palavras

Num salivar de não poeta

Com gula e a inveja

De um só poeta


Desejo um poema

Tão poeta como mil poetas

Humanamente debil

Como a morte de mil poetas

Satélite

Danço na lua

Do lumiar ao brilhar

Gravo nas rochas

Ideias a imaginar


Passeio no luar

Mãos dadas e entrelaçadas

Esqueci e perdi

O encanto?


Não recordo o encanto

Perdi a vontade

Vejo somente luas cheias.

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Profano


Com uma simples aragem

E com o rasgar do vento

Ouço o fundo da alma


Surde o cravar do coração

Num cessar de termo perdido

Em lastimas de tempos idos


Inquietações soberbas

De uma vasta altivez

Entre jogos do não pensam


Eis o vento portador das horas

Em que alma em mim se curva

Num fantasia de contos de porquês