quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ca


Continuo a conduzir o choro
Não há nada como o pranto
Na batalha de gelo errante

Quero um fogo que me apague
E um abraço que só me abrace
Quero algo que me amasse

Tenho mais noites que dias andantes
Sou soldado que por vezes corisca
Arrojo o tempo e o de antena morre

Carros


Não obtenho nada neste quarto nato
Demasiado intricado na sombra
Sei que não chega o esquecimento

Observo a sombra quebrar em mim
Ampulheta barulhenta turbulenta
Como pontos no meu radar

Crescem ervas no vaso das certezas
E vejo em mim esse olhar a quebrar
Cheio de desculpas estridentes quando tudo cai.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Bem Antes




Só eu sei o mais certamente de mim
Sei que sou tortura de misturas de alecrim
Juntei chás, ervas e quimeras mil

Renascem olhos profundos e sonantes
Cheios de brumas e condicionantes
Bem lá no fundo, no fundo desta caixa do bem antes

Por vezes o Amor começa no fim
E eu que me conheço bem já nem sei de mim
Espero que se dissipe esta neblina sem fim.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Inesperada

Será depois! O desejo terminou.
Sempre fui de difíceis emoções
E sempre desejei tentações

O mundo jurou parar
Mas aqui nunca terminou
O que estará sempre a mais

Acabo os dias como banais
Pedi e fumei mais um cigarro
Há sempre gentes a mais

Queimei as cartas de mesa
A frágil história definhou
E assim perco a minha certeza

Nunca pensei mas furtei
Nunca pedi mas sofri
Nunca senti e nunca me amei






terça-feira, 23 de agosto de 2011

Detonar

Continuo a conduzir o choro
Não há nada como o pranto
Na batalha de gelo errante

Quero um fogo que me apague
E um abraço que só me abrace
Quero algo que me amasse

Tenho mais noites que dias andantes
Sou soldado que já não corre
Arrojo o tempo e o de antena morre

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Adeuses


Estes flash's nunca deviam de durar
Agora que a minha figura grassa arde
Em algum momento o naufrago chega
O perdido nunca chega aos achados de facto

Quem agora irá casear?
De quem me vou esconder?
Farei disto um exercício ?

As pálidas cicatrizes desbancam afecto
De tão perdido tenho tanto a aprender
Que os dedos sempre queimados rasgam

Quem vais correr?
Onde me vou esconder?
Vou ficar melhor?

Existe em mim algo destinado a quebrar
Como um barragem quase sempre a estalar
Quero libertar-me mas não sei como me transformar

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Ferro-Velho


Sem amor, numa linha de rumo
O sonho bem devagar cai no ar
E o azul do céu esborrata o mar

Sem amor, fica tudo escrito
E já nem isto é quanto baste
Sem amor. Estranho contraste

Sem amor, horas paradas
As recordações são passadas
São restos de noites de desespero

Sem amor, desvio de alma
Já não há olhar inquieto em compasso
Iludo-me no entanto onde me quero perder

Sem amor, histórias passadas
Um dia serei contador de contos
Tauromaquia do meu viver